domingo, 9 de janeiro de 2011

Esquecimento





Já somos o esquecimento que seremos, a poeira elementar que nos ignora, que não foi Adão e que é agora todos os homens. Somos apenas duas datas: a do princípio e a do término. Não sou o insensato que se aferra ao mágico som de seu próprio nome. Penso com esperança naquele homem que não saberá o que fui sobre a terra. Abaixo do indiferente azul do céu, esta meditação é um consolo.

Jorge Luis Borges

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