quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Porto de Janeiro




Homens de janeiro cultuam a duvida
Fétida
Sedenta
Exalando aos poros memorias inventadas
De estrelas

A lua chorava lilás.
Minha alma escrevia meia torta cheiros de agua
Enquanto meu olho estarrecido seguia a correnteza dos prédios

Homens de janeiro padeciam o deslumbrar das mulheres na praça
Faceiras
Luxuriosas
soltando pelas ruas raios de vênus

Uma flor me beijou nas nuvens
E por um instante
Uma fração aguda calada
Havia ganho o poder de
Domesticar as entrelinhas

Janeiro germinava o descanso incompleto
A expectativa ilusória
O vazio total.

Eu
Exausto
Continha a ferocidade de um muro alto
Cerrado pelos sonhos matutinos e solitários
Lembrando de minha terra.
Do meu céu.
E de minha verdadeira tempestade.

Thor Veras

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